quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Da favela à drogaria

A discussão tabu sobre a legalização das drogas como forma de destruir economicamente o tráfico e reduzir o morticínio a um problema de saúde pública emergirá mais cedo ou mais tarde.

Alfredo Sirkis


A capacidade de reposição e reprodução do tráfico lembra um monstro da mitologia grega: a Hidra de Lerna. Tinha muitas cabeças e cada vez que uma era cortada, nasciam várias outras. As drogas, para além dos eventuais efeitos negativos sobre a saúde pública, constituem a base de uma gigantesca atividade econômica, cujo impacto é infinitamente mais grave e destruidor do que os efeitos negativos do seu uso ou abuso. Os bandidos armados de AR-15, ocupando territorialmente a favela, são apenas a ponta visível do iceberg do tráfico na própria comunidade. São a falange militar de um sistema de distribuição comercial que emprega mães de família e até idosos, que embalam, crianças que funcionam de mensageiros e fogueteiros e mais uma série de atividades consorciadas, algumas de entretenimento, festivas e musicais. Toda uma cultura fascistóide se forma ao redor dessa atividade econômica, realçando valores machistas, bairristas e sádicos.

O tráfico é uma poderosa fonte de riqueza no meio da pobreza e ceva as “bandas podres” das polícias, da justiça e do sistema penitenciário. Um jovem em busca de trabalho ganhará muito mais como “avião” do que como pedreiro, balconista ou eletricista. O status de traficante lhe granjeará “respeito”, objetos de consumo cobiçados, atenção feminina. Valores éticos e religiosos e o medo da morte nunca impediram a reposição daqueles freqüentemente eliminados. Gerações sucessivas vão surgindo, com uma tendência à produção de bandidos cada vez mais jovens, “bolados” e cruéis. Sua movimentação agora é um ataque frontal à sociedade e ao Estado, numa fase inicial, tosca, que poderá ainda piorar muito.

O tráfico existe em função do mercado composto de viciados e usuários menos ou mais eventuais. A repressão nesta ponta, que atualmente volta a ser objeto de propostas e campanhas de mídia, é ineficaz. Seria realista prender usuários quando não há lugar suficiente nas prisões sequer para os bandidos violentos? A idéia da descriminalização do usuário vem avançando lentamente, de forma oblíqua. Ela pode eventualmente coibir uma maior interferência policial na privacidade dos mesmos e limitar a extorsão a ela vinculada, mas não altera o “x” do problema e traz consigo a incoerência da procura ser tolerada mas a oferta ilegal.

Para reduzir o uso e abuso de drogas ilícitas existe um único caminho viável que o mesmo que se aplica, com sucesso, às drogas legais: a educação e a prevenção. Qualquer ex-tabagista sabe como é duro deixar o cigarro, no entanto, cada vez menos gente fuma. Todas drogas, tanto lícitas como ilícitas, acarretam potencialmente algum dano, maior ou menor, mas seus efeitos e eventual dependência são socialmente secundários e muito menos graves que as conseqüências devastadoras da ilegalidade da drogas como motor de uma economia subterrânea e pivô das disputas pelos seus mercados. No Rio de Janeiro morrem por ano menos de cem pessoas por overdose de cocaína. Essas mortes poderiam ser reduzidas se houvesse um maior controle medico sobre dependentes e substâncias. Não há comparação de escala entre a mortandade por intoxicação química e o morticínio de milhares de pessoas mortas nas guerras pelos mercados de drogas. Além desse massacre a sociedade sofre com o imenso poder corruptor e intimidador dessa atividade cujas metástases se espalham pelas comunidades, pelas polícias, por outras instituições. O tráfico praticamente destruiu o movimento associativo nas favelas, por exemplo.

Os defensores da descriminalização do usuário, em geral, se originam na esquerda e abordam a questão sob o ângulo dos direitos civis, da não ingerência do estado na privacidade das pessoas. Já a defesa da legalização, aparentemente mais extremada, têm curiosamente seus principais defensores, num campo mais conservador. A revista inglesa The Economist, o premio Nobel de Economia Milton Friedman, o promotor Vicent Bugliosi, o jornalista William Buckley Jr são alguns desses pensadores que partem de um amargo realismo. Seu argumento é de uma radical simplicidade: queremos destruir o tráfico? Então vamos acabar com sua base econômica permitindo a compra legal e controlada das drogas ilícitas... na drogaria. Regulá-las, cobrar impostos sobre elas e dar-lhes o mesmo tratamento das drogas hoje lícitas, mas, nem por isso, menos nocivas à saúde.

No início, raciocinam eles, o consumo poderia até aumentar, pela novidade, mas a médio prazo, provavelmente, cairia, como o do cigarro, mercê de campanhas educativas e prevenção. O problema das drogas sairia assim do âmbito do morticínio, da guerra pelos mercados, dos desafios armados ao estado e à sociedade e se concentraria no campo da saúde pública. A droga deixaria de matar a bala milhares de pessoas e construir impérios. Continuaria a matar, de overdose, algumas dezenas de drogados crônicos ou temerários. Cessaria a relação perversa entre o viciado e o traficante. Um mal maior seria assim reduzido a um mal menor. O exemplo invariavelmente citado por esses pensadores é o da Lei Seca. Ao tentar impedir os americanos de encherem a cara o presidente Hubert Hoover, nos anos 20, acabou criando Al Capone e uma geração de traficantes de álcool ilegal. Legalizado novamente, nos anos 30, por Franklin Roosevelt, o alcool continuou a ser um flagelo social e de saúde mas parou de alimentar o gangsterismo armado. A solução defendida por The Economist , Friedman, Buckley Jr e outros talvez não seja viável, a curto ou médio prazo, em um só país, isoladamente. Mas debatê-la deveria deixar de ser um tema tabu.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Perfeição?

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua CORJA de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões

Vamos celebrar a ESTUPIDEZ do povo
Nossa POLÍCIA e TELEVISÃO
Vamos celebrar nosso GOVERNO
E nosso ESTADO que não é nação

Celebrar a juventude sem escolas
Crianças mortas
Celebrar nossa DESUNIÃO

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa TRISTEZA
Vamos celebrar nossa VAIDADE

VAMOS COMEMORAR COMO IDIOTAS
A cada fevereiro e FERIADO
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais

Vamos celebrar nossa justiça
A GANÂNCIA e a DIFAMAÇÃO
Vamos celebrar os PRECONCEITOS
O VOTO DOS ANALFABETOS


Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, MENTIRAS e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas

O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a HIPOCRISIA e toda a afetação
Todo ROUBO e toda a indiferença

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Maquiavel fazendo escola


"Os fins justificam os meios"

Esse foi o lema da campanha do Dudu Upa. Pouco importou as alianças, fossem elas com milicianos ou corruptos, com quem se aproveita da fé das pessoas para enriquecer, com bandidos ou opositores ao seu partido. Irrelevante não ter apresentado proposta alguma, e sim ter protagonizado uma campanha baixa, suja, difamatória, sórdida e canalha. Menos importante ainda o governador ardiloso, capciosamente ter antecipado o feriado com o intuito de aumentar o índice de abstenção nas Zonas Norte e Sul, onde os moradores são de aproveitar o feriadão para viajar. Duduzinho foi escoiceado pelas urnas nessas áreas. Povo da Zona Oeste dificilmente viaja... Enfim, vender a alma ao Bispo ou ao Diabo tá valendo, desde que o resultado final seja a vitória.

E viva a Democracia!

Paranóia de Direito

Eu tenho direito. Previsto em Lei positivada, um direito, dois, três. Direito à moradia, à educação, à saúde, ao lazer, direito de ser feliz. Direito de ser digno.

Mecanismo para pleitear minhas pretensões a direitos: a ação.

A ação. O que é? Direito subjetivo público.

Pretensões correspondem a obrigações e vice e versa.

Direitos subjetivos. Direitos objetivos.

Tantos direitos a Lei me faculta. Sou pessoa humana já consciente de direitos que dizem nascer da minha personalidade, já que não os constato na natureza.

Quantos direitos! Como farei agora para conciliá-los aos direitos de outrem?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sábias e pertinentes palavras...



Clique e ouça opinião abalizada sobre a eleição do Dudu Upa.
Encaminhe também este áudio para seus amigos!


Aproveite e conheça: http://pro-democracia.blogspot.com/


Um Rio de Merda


Estou devidamente puto com o resultado vergonhoso dessa eleição, que tinha tudo para ser um divisor de águas na política dessa cidade, mas que, no entanto confirmou nas urnas a manutenção desse sistema podre, e quase endossou a tese de que carioca não sabe votar. Digo “quase” porque os números mostraram uma diferença de apenas 55.225 votos entre os dois candidatos, número muito menor do que o de abstenções (927.950), votos brancos (92.154) e votos nulos (222.796). Juntas, estas três últimas categorias somaram 1.242.200 de votos e um percentual de 50,83% para o candidato eleito e de 49,17% para o melhor candidato mostram o quanto foi embolado esse pleito. A diferença foi pequena, apertada, e mostrou que os indivíduos pensantes do Rio de Janeiro não estão nem um pouco satisfeitos com o modelo que aí está e mandaram um recado para os escroques que comandam o Estado e o país. Ou seja, o carioca está aprendendo a votar.

Como eu já disse em outras oportunidades, democracia, nesse modelo que a entendemos atualmente, é a pior coisa que existe. E afirmo isso sem nenhum receio, pois caso você esteja certo e a maioria errada, você se ferra junto, e a tal democracia carioca é a maior de todas as provas disso: só recentemente esse eleitoradozinho medonho conseguiu eleger Garotinho, Garotinha, Sergio Cabral e esse tal Eduardo Paes. Isso para não falar nos vereadores e deputados que conquistam e conquistaram a simpatia e voto do povão, com apertos de mão, rostinho bonito, discurso demagogo e cestas básicas.

Quando eu digo que o voto de determinadas pessoas deveria valer meio, ao ponto que o de outras deveria ter peso dois, há quem me acuse de preconceituoso ou coisas parecidas. Mas o fato é que a seqüência de resultados nas últimas eleições só comprova que estou correto em minha tese. Quem não tem discernimento mínimo para tal, quem não têm competência intelectual ou moral para votar, deveria ser considerado inapto e não influenciar nas escolhas como vem fazendo, cagando dentro das urnas. O curioso é que, geralmente, o resultado da capital diverge paradoxalmente do interior do estado. Isso só mostra o quanto o antigo Estado da Guanabara vibra em sintonia diferente, pensa de modo diferenciado, tem outros anseios, aptidões, e ilustra o grande equívoco que foi a tal fusão de 1975, um ato político, sem discussão prévia e sem apoio da União, que em vez de dividir a riqueza, disseminou a pobreza e a mediocridade no estado.

O episódio de ontem me deixou com vergonha de ser carioca. Uma eleição escrota dessas, de covardes panfletos apócrifos, com feriado acoplado, onde o eleitorado endossou essa bandalheira toda e coroou a vitória da hipocrisia materializada na figura desse sujeito pérfido, desprovido de escrúpulos, que aos afagos com o cachaceiro de Brasília uniu no mesmo palanque um decrépito Dornelles e a Jandirona das madeixas ofensivas, acendendo uma vela pra Deus, uma pro Bispo e outra pro Diabo, e que de quebra abarrotou de lixo as ruas da cidade.

Triste ver mais de 10 mil pessoas sendo exploradas ao preço de dez reais no final do dia para balançar bandeira e merenda escolar sendo desviada para alimentar a infame boca de urna do candidato porcalhão. Mas fazer o que? Cada povo tem os políticos que merece, e já que a voz oriunda dos grotões famélicos e dos recantos mais insólitos desta urbe se levanta em apoio de determinados candidatos motivada por restaurantes populares e coisas do gênero e mais de 20% da população não foi às urnas, então que assim seja. Somos uma sociedade (pois civilização mesmo o Brasil nunca chegou a ser) fadada ao fracasso. A solução seria mandar um Obus em cima dessa merda toda e reconstruir do zero, sem nenhum resquício dessa mentalidade viciada, de pseudo-moralistas e suas preces falsas, que não votaram no Gabeira “porque o cara é viado”.

Chega de políticos safados, chega desse povinho tacanho e feio que vota nesses caras, povinho esse que só serve mesmo pra posar para fotos de Sebastião Salgado, que pensa com os intestinos e deposita nas urnas o produto dessa intensa atividade colon-intelectual de dois em dois anos, e nesse intervalo de tempo sacoleja o rabo ouvindo funk. Não tem jeito: Dizem que o Diabo tentou Jesus dizendo que isso aqui não tinha conserto, e que era pura perda de tempo dele tentar dar um jeito nessa gente alienada. Se ele de fato falou isso, estava coberto de razão. Somos um experimento fracassado e a vaca já foi pro brejo faz é tempo, com sininho no pescoço e tudo mais. O caos já está devidamente instaurado e formalizado. Estamos de bosta até as orelhas e a solução é puxar a descarga, afinal o que deságua desse desarranjo mental é um Rio de Merda.

sábado, 25 de outubro de 2008

43: O Voto Inteligente

Palavra do Presidente



REAFIRMANDO E ESCLARECENDO

Nos últimos dias, uma declaração minha foi distorcida de seu real sentido. Por isso, quero reafirmar o que disse e esclarecer todos os pontos:

1– O Vasco passa por riscos no Campeonato Brasileiro única e exclusivamente por incompetência da atual diretoria e por um sentimento amador de vingança.

2– A equipe do Vasco, completa e motivada, não deve nada a nenhuma outra que disputa o atual campeonato. Nos últimos 3 anos, o Vasco se classificou para a Copa Sul-Americana e, em 2006, não foi a Libertadores por um ponto.

3– As primeiras atitudes da nova diretoria foram acabar com a auto-estima dos jogadores afirmando que o time era fraco; e desmontar todo o Departamento de Futebol, demitindo profissionais com 15/20 anos de clube no meio do campeonato. Mudaram os médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos e, por último, desativaram a concentração em São Januário.

4– Além disso, a diretoria permitiu desnecessariamente a saída dos profissionais Morais, Pablo e Jean. Ao mesmo tempo, contratava um técnico-empresário, cujo resultado das ações todos acompanhamos.

5– Depois de anos de promessas entraram no clube sem o aporte de um tostão, sem a fila de investidores prometida e não tiveram competência para tocar o clube no dia a dia. Nós deixamos um contrato de televisão renovado por 3 anos com a Globo, explicamos como trabalhar com recebíveis e uma negociação de cerca de 10 milhões de reais do jogador Phillippe Coutinho. Nem assim conseguiram pagar em dia.

6– Não satisfeitos começaram a demitir em todos os setores do clube sem pagar um tostão dos direitos trabalhistas de funcionários que dedicaram suas vidas ao Vasco. Mandaram embora todos os treinadores da base, que formaram muitos dos jogadores que hoje estão no time principal.

7– Com todos esses erros, a equipe – que quando saímos estava na oitava colocação em pontos após 8 rodadas (sendo apenas 3 destes jogos em São Januário) – despencou para o último lugar.

8– Agora mesmo, depois de uma sensacional vitória por 4x2 sobre o Goiás, o atual presidente diz a absurda frase: “o resultado mostra que o Vasco não tem um grande time, mas não é para estar nessa situação”. Isso deixa claro que os jogadores têm que primeiro lutar contra os seus próprios dirigentes.

9– Com a responsabilidade que tenho perante o sócio do Vasco pelos muitos anos que contribuí efetivamente para os títulos mais importantes do clube em diversos esportes, não poderia ser omisso.

10– Cobro e cobrarei da atual diretoria em nome de 110 anos de história de um clube que surgiu pequeno e, com o sacrifício de milhares de vascaínos, desde que chegou a Primeira Divisão, em 1923, nunca mais saiu de lá e se transformou em símbolo internacional.

11– Ficou evidente que Roberto Dinamite e com ele, seu Vice-Presidente Jurídico, tentam manipular as ameaças que lhe fiz, exatamente com as seguintes palavras: “... se o Vasco cair para a segunda divisão, eu irei acabar com a vida política e particular do Roberto Dinamite”. É lógico que me refiro ao Vasco, à sua vida política e pessoal dentro do clube. Mesmo porque, o resto de sua vida não me interessa, desde que não influencie negativamente nos rumos do Vasco. Apenas isso. Roberto Dinamite e seu Vice-Presidente Jurídico tentam dar conotação diferente às minhas palavras, transformando-as, com o apoio de parte da mídia, sempre anti-vascaína, em ameaça física ao Presidente que, absurdamente, chegou a afirmar que iria contratar seguranças particulares para seus familiares.

12– Eu quero deixar claro que a ameaça que fiz ao Roberto Dinamite, “de acabar com sua vida política e pessoal no VASCO”, continua valendo, na hipótese das trapalhadas que ele e sua diretoria vêm fazendo à frente do nosso Clube o levem a cair para a segunda divisão.

13– Peço ao torcedor do Vasco que apóie a equipe porque os jogadores já mostraram que podem nos tirar dessa situação. Eles têm capacidade, desde que não sejam atrapalhados pela atual diretoria.

Eurico Miranda


Gabeira: Esse é o prefeito!





Agora falta pouco. Valeu o esforço, valeu o trabalho de formiguinha de uma infinidade de voluntários, valeu dar um 'xeque-mate' no Bispo e deixá-lo fora do segundo turno. Agora, que o momento se aproxima, é hora de dizer a essa corja que basta, que não agüentamos mais a continuidade desse modelo que aí está. Dizer que estamos com o Gabeira e queremos sim, mais transparência, honestidade e coerência na política. Esse pode ser o divisor de águas entre uma cidade vendida, refém, totalmente entregue e outra, mais saudável, limpa, segura e que vislumbra um futuro promissor.

Este é o momento de alavancarmos apoio e angariarmos votos dos ainda indecisos, nesta reta final. De um lado temos um homem de caráter irretocável, que evoluiu para o mundo, para as idéias, é aberto, ecumênico, experiente, verdadeiramente culto e sem preconceitos. Um homem com coragem de falar em eco limites, na contenção do processo de favelização, em dizer que grande parte dos vereadores é composta por assassinos. De outro, o fantoche dos poderosos, temerosos que estão de perder a boquinha com a iminente ameaça de ser retirado deles as tetas graúdas e fartas do poder, e que uniram esforços na demonstração do que há de mais nojento e execrável na política: Da IURD aos comunas fedidos, colocar no mesmo palanque Jandira e Dornelles é de dar ânsia de vômito.

E segue Dudu marionete, com seu discursinho ensaiado, números “decorebados” e suas pegadinhas juvenis. Soa mais falso que nota de três, não convence ninguém e só faz aumentar a aversão e repugnância contra tudo aquilo que sua nefasta imagem representa. Queremos um Estado de direito de fato. Queremos um Rio livre de politicagens e trocas de favores, livre de barganhas, da bandidagem, malcomunada ou não com os poderosos. Queremos um Rio que se preocupe com as questões ecológicas e ambientais, um Rio desenvolto em suas vocações naturais. Queremos soluções imediatas sim, mas também propostas que projetem o futuro da cidade, e não apenas panis et circencis, “Upa Upa” e a camaradagem do bêbado apedeuta, que enche os cornos e agride com uma caneta e quando abre a boca, sentado numa cadeira felpuda lá em Brasília. Contra o apedeuta-mor, seus cupinchas e o cinismo do juvenil dos panfletos apócrifos, a nossa resposta é uma só: Digitar 43 e confirmar o VERDE!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O chefe se distraiu?


Texto genial!



Extraído do site http://www.tribuneiros.com/

O chefe se distraiu?

por Felipe Moura Brasil (Pim) - Quarta-feira, 12 de Setembro de 2007

Os ingleses (ou bretões, ou britânicos, ou súditos unidos) "perdem" 233 milhões de horas de trabalho por mês em sites de relacionamento. Isso dá um prejuízo de mais de US$ 260 milhões (cerca de R$ 520 milhões) por dia às empresas do país (ou grã-país, ou reino, ou terra encantada). Não vou dizer quem fez a pesquisa, porque isso nunca interessa a ninguém.

Mas adoro esses dados exorbitantes: 233 milhões de horas por mês, US$ 260 milhões de prejuízo. Nem existem 233 milhões de horas num mês. (São em média 720, segundo meus cálculos). Isso me soa como aquelas promoções: "Escreva uma frase e concorra a R$ 1 milhão de reais em prêmios!". Você não está concorrendo a R$ 1 milhão coisa nenhuma. Há, quando muito, um milhão de prêmios de 1 real - e você nem sequer pode ganhar dois prêmios, ou seja: 2 reais, nem pensar. Melhor comprar uma raspadinha na banca.

Dito isso, a preocupação continua no país do Big Beckham e no mundo: o que fazer? O estudo concluiu que as empresas têm mais é que cortar o facebook da rapaziada. Um myspace básico na hora do almoço (do almoço!), e olhe lá. Orkut, de jeito nenhum. É curioso: o orkut, um site criado por um funcionário da Google durante os 20% de seu tempo de trabalho concedidos pela empresa para desenvolvimento de projetos pessoais a ela vinculáveis, agora é acusado de reduzir o tempo de trabalho da humanidade. Ou seja, existem dois tipos de chefes: aqueles que criam orkuts; e aqueles que proíbem orkuts. Aqueles que usam o ócio dos funcionários a seu favor; e aqueles que, como namoradinhas ciumentas, usam contra.

["(.) regras são regras, afinal, e se é o primeiro dia no serviço, então, ela bem se lembra, faz quase três anos, o chefe, muito direto, logo avisa, apresentando-se: 'Bom dia, meu nome é Paspalho, você é a ascensorista - e não é permitido ler nos elevadores'"]. [C.A.; A moça do elevador, 14/12/2006].

Eu não queria, mas vou dividir com os chefes antiorkut uma antiga curiosidade: quantos puns, em média, será que solta um atleta nos cem metros rasos? Sempre quis saber isso. Vamos pegar por baixo: cem metros sem barreiras. Um? Dez? Cem? 233 milhões? Serão eles, afinal, os puns, prejudiciais ao atleta? Duvido. O primeiro, decerto, dá um belo impulso na largada. Não deve ser diferente na natação. Imagine no salto em altura. Outra: quantas vezes será que Proust foi ao banheiro enquanto escrevia Em busca do tempo perdido? Atenção, chefes: são sete volumes. Terá isso atrasado sua obra? Feito dela pior? Mal-cheirosa? Duvido. Quantas piadas em média faz um médico numa sala de cirurgia? Cinco? Vinte? 260 milhões? Já sei. Vamos colocar plaquinhas de "Proibido piadas" em cima do eletrocardiograma. Será o fim dos erros médicos? Quantas vezes um jogador fode durante a Copa do Mundo? E quantas vezes vamos proibi-los? Isso os faz jogar melhor? Duvido. Romário também.

(Vou começar a vender viseiras de cavalo - aquelas que os mantêm olhando para frente - nas grandes empresas e seleções. Prevejo altas demandas internacionais em curto prazo. Chefes e treinadores, uni-vos. Se não posso combater a estupidez, lucrarei com ela. Eu penso grande).

Eu (também) pensava que ninguém era páreo para o Brasil em castração, sobretudo a intelectual. Continuo pensando. A Inglaterra, se estiver mesmo com ciúmes do nosso primeiro lugar, vai ter que piorar muito. O mercado de trabalho brasileiro é o fim da picada. Com um agravante: brasileiro, em geral, tem vocação para servo, então diz para todo mundo - menos para o chefe -, e não sem alguma ponta de orgulho, que anda trabalhando muito, ganhando pouco, sendo explorado, horas extras em vão. [Existe outro lugar?] Sem fazer qualquer coisa para mudar isso, claro. [Há algo a ser feito?] Tendo que, mesmo com o trabalho pronto, fingir que está produzindo.

É duro dizer, mas hoje só há duas opções razoáveis para jovens com um mínimo de ambição, coragem e inteligência: procurar empresas e chefes (raríssimos) do tipo que criam orkuts ou guiar sua carreira para se tornar free-lancer (empresário, inclusive: chefe de si, portanto). Assim, como qualquer gênio da história da humanidade e como em qualquer empresa pensante, você poderá olhar para o teto, fazer piada, almoçar, peidar, defecar, tocar punheta, ler Tribuneiros.com e foder real ou virtualmente quantas vezes você quiser desde que não atrapalhe ninguém e entregue seu trabalho limpo e bem feito nos prazos (parciais e finais) estabelecidos, sendo avaliado pela produtividade e pela qualidade, aqui subapelidadas de competência (que sempre me remete ao medíocre). Eis a palavra: prazo - esta sim a exigência importante, suprema, a cobrança mais digna de um chefe.

A propósito: durante esta crônica, não fodi, mas fui ao messenger e ao banheiro duas vezes.

Gabeira neles!


Recebi de um amigo, há pouco:

"...tô arrasado, chocado com essa campanha. Nunca vi nada assim em eleição, ainda mais vindo de gente da esquerda que sempre respeitei como Jandira, aliada de toda essa corja. Olhei pra uns amigos e ficamos com os olhos cheios d'água com essa campanha imunda contra o Gabeira, dividindo a cidade em ricos x pobres, samba x mpb, morro x asfalto, branco x negro, subúrbio x zona sul... enfim, é isso".

Realmente uma dicotomia absurda e mal intencionada, onde o mal caratismo do candidatinho do Governo, que deveria se envergonhar de ter barganhado de joelhos o apoio do bêbado apedeuta lá de Brasília fica exposto em veias claras. Já era de se esperar que o Gabeira, ao falar em licitações, transparência, moralização, limpeza de quadros e ao dizer que grande parte da Câmara é composta de bandidos e assassinos causasse incômodo em muita gente, mas essa aliança espúria em torno do Dudu Upa, que vai da IURD ao PCdoB, da Jandirona ao Bispo, é de arrepiar. Atenção, cariocas! Urna não é latrina! Reproduzo abaixo trecho do Blog do Noblat:

Panfletos distorcem projetos de Gabeira


Especialistas dizem ser falsa acusação de que eles liberam crimes sexuais

De Isabel Braga e Maria Lima:

Juristas condenaram ontem o uso político, na campanha eleitoral, dos projetos do deputado Fernando Gabeira (PV) que descriminalizam a prostituição e tratam de corrupção e sedução de menores. Embora polêmicos, os dois projetos não acabam com crimes como a exploração sexual infantil e o tráfico de mulheres para fins sexuais. Os projetos não revogam os artigos do Código Penal que punem o rufianismo, o tráfico de pessoas e a exploração sexual infantil, como foi divulgado em panfletos apócrifos.

No fim de semana, panfletos com essas acusações foram distribuídos pela equipe da vereadora Liliam Sá (PR), que acompanhava o candidato Eduardo Paes (PMDB). Liliam admitiu a autoria e disse que os panfletos serão distribuídos em igrejas evangélicas.

O projeto 1.069/1995, de autoria de Gabeira, que revoga os artigos 217 e 218 do Código Penal, está pronto para ser votado em plenário desde 2001. O artigo 217 já foi revogado em 2005 e trata da sedução de menor virgem de 14 a 18 anos. O 218, em vigor, diz que é crime corromper ou facilitar a corrupção de menor de 14 a 18 anos.

Um Obus pra começar


Cá estou eu, sem saber bem por onde começar. A falta de tempo (e de coragem) sempre me fez postergar e adiar a vontade de externar o que me passa pela cabeça, até que num rompante de sei lá o quê ou absurda falta do que fazer, eu decidi tomar vergonha na cara, criar este espaço e parar de resmungar pelos fóruns da vida. Como em tudo que faço, estou pouco ligando para a opinião alheia, logo é fato que darei de ombros para números de acesso e visitações. Quem foi que disse que quantidade tem relação com qualidade? Se fosse assim o Funk e tal Axé de certo não fariam o absurdo sucesso que fazem... Sou inclusive, simpatizante de teorias que confabulam sobre unanimidades burras, como as flamenguices coletivas e vazias. É um prazer que me compraz estufar o peito e dizer: "comam merda, afinal um bilhão de moscas não podem estar erradas".

Sou um semi-letrado que desconhece metade da gramática, ignora veementemente (e se orgulha disso) o uso correto dos porquês (diabo de coisa mais chata e sem sentido), mas ainda assim me meto a escrever. E inclusive há quem diga que me saio muito bem, afinal, onde está escrito que é necessário um diploma de letras ou jornalismo para ser escritor? Eu acho, inclusive, que estou melhor na fita que grande parte deles, que falam, falam, e não dizem nada, ou daqueles que fazem a linha do politicamente correto, ficando em cima do muro. Como já dizia o genial Francis, "jornalista brasileiro não tem estofo. Só pergunta o consentido, que é pra não perder o contato". Pior que esses somente aqueles, tendenciosos, parciais e vendidos, que distorcem e manipulam fatos na mesma medida em que fabricam pseudo-verdades e omitem, cinicamente, as "verdades de verdade". Desses falarei mais adiante.

Meus inimigos estão no poder. Mas se os heróis do Cazuza morreram de overdose os meus estão morrendo de inanição pelas mãos de alguns desses mal intencionados, por conta de processos golpistas e intervencionistas, como no caso do meu Vasco, ou de desgosto por conta de decisões pra lá de contestáveis que acontecem por aí, assim como nas escolhas de samba-enredo. Mas como já foi dito pelo Paulo Cesar Pinheiro, "Você corta um verso, eu escrevo outro". Sendo assim, o obus está apontado, e a cabeça fervilhando. Enquanto houver sinopse por aí e paciência por aqui eu vou continuar escrevendo e incomodando. Ou atormentando. Sei lá.

Ps. Explicando, que é pra não necessitar voltar nesse assunto. Não sei se é neologismo, mas erro de digitação é que não é. Obusando não é "abusando" com erro de grafia. É abusando, é abusado, é obus. É junção dessas palavras sim, e pra fazer vocês pensarem.

Classificação morfossintática:
- [obus] substantivo masc singular .
Sinônimos: morteiro bomba petardo .
Palavras relacionadas: obuseiro artilharia canhão de recuo .