sábado, 25 de setembro de 2010

Posto que é primavera, tratemos de nossos canteiros

Pois às vezes uma música diz muito mais que um texto qualquer...
questão de estado de espírito, apenas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sob o sol de Setembro


No Hemisfério Sul, Setembro é mês de Primavera, mês da fertilidade, mês de Ostara. Ostara é o festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da fertilidade, cujo símbolo é o coelho. De acordo com as tradições herdadas por nós do Hemisfério Norte, nossa Páscoa (Easter, Eostre, Ostara), juntamente com os seus coelhos e ovos (fertilidade) estão posicionados em Março no calendário. Só que aqui nessa metade do globo, é em setembro que isso acontece. A lua e a escuridão estão em equilíbrio, mas a luz está dominando as trevas. No Equinócio de Primavera, o dia e a noite têm igual duração, mas a partir deste dia os dias serão mais longos, com a proximidade do verão.

O Equinócio da Primavera assinala o primeiro dia da estação. As energias da natureza mudam subitamente do repouso do inverno para a exuberante expansão da primavera. A Deusa Terra se cobre com um manto de fertilidade, despertada de seu repouso, enquanto o Deus se desenvolve e amadurece, caminhando pelos campos a verdejar, deliciando-se com a abundância da natureza. No Ostara, as horas do dia e da noite são as mesmas. A luz está ultrapassando a escuridão; os deuses impelem as criaturas selvagens da Terra a reproduzir-se.

Este é um período de iniciar, de agir, de plantar para ganhos futuros. Os dias escuros agora se vão e a Terra está pronta para ser plantada. É quando os deuses se apaixonam. Nessa data, a semente da vida está pronta para ser semeada. Esse é o tema da Primavera, desde que o mundo é mundo. E com ela vem a esperança de, quando chegar o outono, colher os frutos das ações presentes.


Desde a antiguidade, a chegada da Primavera era festejada com cantos e danças, e muitas civilizações antigas costumavam marcar estes momentos com cerimônias sagradas, sempre relacionadas com os mitos. A Primavera chega com as chuvas, que alimentam as plantas que ficaram sem folhas ou adormecidas durante o inverno. O frio deixou tudo estagnado, mas agora tudo se renova. Os pássaros cantam, iniciando a estação do acasalamento. Após o acasalamento estarão ocupados em preparar os ninhos para os novos nascimentos. É um novo ciclo de vida que começa, e a roda do ano segue girando.

A Páscoa simboliza a capacidade que o ser humano possui de renascer e se renovar a cada ciclo do tempo. Esta capacidade está associada a condição de se libertar de tudo o que é velho e abrir-se para o novo. Na simbologia, significa o renascimento da Terra em sua força de fertilidade (primavera), após um período de morte (inverno).

Conforme a história, a Páscoa existe em muitas tradições e culturas e data de bem antes da era cristã. A Páscoa, nas antigas culturas e para os povos que ainda seguem esta tradição, simboliza o rito da fertilidade da Terra, o redespertar da vida e da natureza. o Renascimento. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Nesse dia, os antigos acendiam fogueiras ao nascer do sol, tocavam sinos e decoravam ovos cozidos, símbolos de fertilidade e da reprodução.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tudo depende de você ter as coisas, ou delas terem você

Primeiro, pare; só depois compre.

“Tudo depende de você ter as coisas, ou delas terem você” – Robert A. Cook.

Simplicidade. Eis uma antiga e adorável tradição espiritual que tem ganhado popularidade recentemente. Enquanto tentamos sobreviver à nossa economia errática e à ansiedade financeira decorrente, é natural buscar um estilo de vida menos arriscado – parar de gastar, reencontrar o equilíbrio, viver com leveza.

Se você lê regularmente o Zen Habits, provavelmente está interessado na ideia de simplicidade. De fato, provavelmente você já se desfez de diversas coisas materiais e vive uma vida muito simples. Pessoas que adotam esse nível de simplicidade, especialmente na terra do consumismo, são incrivelmente inspiradoras e fascinantes.

Mas sejamos realistas. A despeito de abraçarem o conceito de simplicidade, a maioria das pessoas realmente adora suas coisas e adora adquirir mais coisas. Assim como nossas atitudes acerca de uma dieta saudável, nossos sentimentos acerca de coisas materiais são complicados. Sabemos o que é bom para nós, mas simplesmente não queremos desistir do que gostamos. Nossas coisas fazem-nos sentir bem.

É possível viver uma vida simples e ainda assim amar as coisas? O quanto o desapego material realmente conta quando o assunto é simplificar?

Viver com simplicidade e desapegar-se das coisas materiais fará você sentir-se mais feliz. Há pesquisas reais e montes de histórias que confirmam isso. Mas é possível que algumas coisas materiais possam aumentar nossa felicidade, senso de contentamento e prazer na vida? Se sim, como saber quais coisas são boas e quais são ruins?

Talvez o fator decisivo seja a motivação. As coisas que você tem ou deseja ter sustentam seu ego ou elevam sua alma? Algumas coisas materiais podem dar a você um senso de calor, aconchego, beleza, memórias carinhosas ou conforto. Outras oferecem apenas aquela energia fugaz da compra.

Se você refletir com atenção sobre suas ideias e ações a respeito das coisas materiais, poderá criar um suave equilíbrio entre amar as coisas e viver com simplicidade.

Aqui vão alguns pensamentos que podem ser úteis.

1. Dê uma olhada na sua casa agora.

Vá de um cômodo a outro. Você vê coisas que nunca usa e com as quais não se importa de verdade? Por que não doá-las ou vendê-las? Limpe física e psiquicamente seu espaço removendo as “folhas mortas” ao seu redor. Alguém mais pode realmente precisar dessas coisas.

2. Examine por que você está se apegando a algo.

É uma coisa verdadeiramente útil ou significativa, ou alimenta seu ego de alguma maneira? Você a mantém só para impressionar ou outros, para sentir-se melhor ou mais importante?

3. Observe em que você gasta seu tempo.

Você tem coisas destinadas a hobbies que nunca exerce? Tem uma cozinha cheia de equipamentos, mas raramente cozinha? Se você pensa de verdade que retomará o hobby ou atividade, encaixote as coisas relacionadas e coloque-as fora do caminho até que o faça. Seja realista sobre quanto tempo você tem para usar suas coisas supérfluas.

4. Você tem uma carreira focada em coisas?

Decoradores, negociantes de carros, comerciantes e outras pessoas envolvidas em criar, comprar, vender e divulgar produtos podem ter dificuldades em desapegar-se de coisas materiais porque estão sempre cercadas pelo que há de melhor e mais novo. Há beleza e arte em muitas coisas, mas considere o seguinte: você não precisa possui-las todas para apreciá-las. Eckhart Tolle certa vez sugeriu a Oprah Winfrey que ela não comprasse tudo que gostasse ou quisesse – simplesmente apreciasse aquilo naquele instante, na loja.

5. Valorize experiências em vez de coisas.

Em geral, aquisições de experiência fornecem um prazer muito maior que aquisições materiais. A lembrança das experiências melhora com o tempo, mas aquisições materiais dificilmente podem ser pensadas em termos abstratos. Experiências também encorajam relacionamentos sociais, levando a uma felicidade duradoura. Se você está morrendo de vontade de gastar, gaste numa ótima experiência com alguém de quem goste.

6. Quando pensar nas suas coisas ou quando quiser comprar algo novo, considere estes parâmetros:

Isso traz beleza à vida e aquece a alma.
Isso contribui para uma paixão ou hobby.
Isso ajuda a aproximar família e amigos de uma forma criativa e significativa.
Isso educa e esclarece.
Isso torna a vida profundamente mais simples para que você possa correr atrás de coisas mais importantes.
Isso ajuda alguém que está doente ou incapacitado.
Isso é útil e necessário para o dia-a-dia.
Isso é parte de uma tradição importante ou é uma recordação de um evento especial.

7. Você saberá que está comprando à toa se:

Compra por impulso.
Compra para impressionar os outros.
Compra porque acha que merece.
Compra quando não pode gastar.
Compra apenas para substituir algo que ainda funciona ou está bom.
Compra porque alguém tem e você quer ter também.
Compra porque a propaganda seduziu você.
Compra porque está morrendo de tédio.
Compra porque comprar acalma você.
É possível equilibrar uma vida mais simples com a aquisição de coisas materiais. Você pode aproveitar as coisas sem viver como um esteta. O ponto de equilíbrio é uma questão de preferência pessoal. Perceba, entretanto, que há um ponto em que acúmulo e materialismo minam o prazer e a satisfação autênticos na vida.

Faça uma limpeza cuidadosa no seu estilo de vida atual e nos seus pertences e analise seriamente suas compras futuras. Examine com atenção suas motivações para manter ou comprar coisas. Uma vez que você permita que as coisas sirvam à sua alma, em vez de deixar-se escravizar por suas coisas, sua vida se desenvolverá segundo uma harmonia inteligente entre o que você tem e quem você é.


Tradução: http://deusario.com/como-simplificar-quando-voce-ama-suas-coisas/

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Invejoso


Invejoso
(Arnaldo Antunes e Liminha)

O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho
Só pensa em quanto deve ser o seu salário
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou no chão

Na hora do almoço vai pra lanchonete
Tomar seu copo d'água e comer um croquete
Enquanto imagina aquele restaurante
Aonde os outros devem estar nesse instante

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

Depois você caminha até a academia
Sem automóvel e também sem companhia
Queria ter o corpo um pouco mais sarado
Como aquele rapaz que malha do seu lado

E se envergonha de sua própria namorada
Achando que os amigos vão fazer piada
Queria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista

E quando chega em casa liga a tevê
Vê tanta gente mais feliz do que você
Apaga a luz na cama e antes de dormir
Fica pensando o que fazer pra conseguir

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço




segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Meu querido, meu velho, meu amigo


Mancanza, nostalgia... traduzindo do italiano para o português temos ausência, lacuna, vazio, saudade. Tem dias que a gente acorda com uma saudade danada de quem já nos deixou, e tendo sido hoje um desses dias, resolvi falar um pouco sobre o assunto. "A Ancestralidade é nossa via de identidade histórica, e sem ela não sabemos o que somos e nunca saberemos o que queremos ser".

O culto aos antepassados é uma das celebrações mais valorizadas desde os tempos mais distantes, onde vários povos realizavam essa comemoração, que ocorre em várias crenças primordiais e apresentam as mesmas características, inclusive em culturas que, até onde se sabe, não tiveram contato entre si.

Na cultura Jeje-Nagô, a vida não se finda com a morte. Àtúnwa é o nome dado ao processo divino de existência única: A continuidade da vida. A ancestralidade confirma a imortalidade, pois a vida continua no Orùn com os ancestrais. Do Orùn a ancestralidade a tudo assiste.

Nas culturas de cunho xamânico, naturais, como no caso da cultura Celta, o vínculo com os antepassados era uma coluna-mestra da religião. Eles eram o símbolo do esforço humano em se aproximar do ideal divino, e o resultado era um grande cuidado com o tipo de vida que se levava, para que a pessoa pudesse ser lembrada após a morte. Os rituais do culto ancestral Chinês ocorrem à volta de eventos anuais especiais, como por exemplo, seu festival da primavera.

O Halloween, é a festa mais conhecida das bruxas. É a época de honrar nossos ancestrais e quando temos um véu mais fino entre os mundos, o que facilita a comunicação com nossos entes queridos que já se foram. É época de honrá-los e agradecer-lhes por sermos o que somos hoje. Geralmente esse rito dura três dias, do dia 31 de outubro até o dia 2 de novembro. É interessante notar o fato de que o dia 1º de novembro foi conclamado como o Dia de Todos os Santos, enquanto que o dia 2 se tornou o Dia de Finados para os Cristãos.

Ao reverenciar nossos ancestrais, mantemos com eles uma troca de experiências e de energias, pois mesmo sem ouvir, ver ou sentí-los, sua sabedoria está presente. Neles estão as raízes de nossos propósitos. Quando conseguimos nos conectar com essa força primordial, sentimos uma saudade, um amor, um acalanto, como se em algum lugar alguém estivesse olhando por nós. Nossa alma se acalma e ficamos em paz, com a sensação de que o passado está presente, e quase podemos tocar a divindade com o estado de espírito elevado, com uma profunda sensação de leveza e purificação. O divino reside aí.


Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo

Esses seus cabelos brancos, bonitos
Esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito
Me ensinando tanto do mundo...
E esses passos lentos, de agora
Caminhando sempre comigo
Já correram tanto na vida,
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de histórias
E essas rugas marcadas pelo tempo
Lembranças de antigas vitórias
Ou lágrimas choradas, ao vento...
Sua voz macia, me acalma
E me diz muito mais do que eu digo
Me calando fundo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presente nas experiências
Contidas nesse coração
Consciente da beleza das coisas da vida
Seu sorriso franco me anima
Seu conselho certo me ensina,
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe falei de tudo,
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto...
Olhando seus cabelos, tão bonitos,
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O que é PAGANISMO?


Ao contrário do que se pensa, Paganismo nada tem a ver com o culto ao demônio - até porque o demônio não passa de uma invenção das tradições judaico-cristãs. A palavra "PAGÃO" vem do latim "paganus", que é aquele que mora no "pagus", no campo, na Natureza. Assim, pode-se dizer que, em termos religiosos, o Paganismo é o culto e o respeito às forças da Natureza. Para o Pagão, toda a Natureza é viva, é Sagrada - e seus deuses e deusas refletem essa crença, oferecendo conforto e equilíbrio àqueles que compreendem o real significado de se respeitar a Natureza.

Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.

Mas quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões.

Texto de Claudio Quintino
Autor de "O Livro da Mitologia Celta"