sábado, 11 de julho de 2009

A travequização feminina


Foi-se o tempo em que os travestis se esforçavam para ficar parecidos com as mulheres. Em sua busca incessante pela imagem e semelhança aos traços femininos, os rapazes que por motivo ou outro decidiram virar menina, faziam esforços inimagináveis com o objetivo de adquirir contornos sutis como os das mulheres. Hoje, que os tempos estão mudados, parece que anda acontecendo justamente o contrário. Elas é que parecem estar se esforçando cada vez mais para ficarem semelhantes aos travestis.

Não é necessário ser muito inteligente para perceber isso. Basta ligar a televisão, abrir o jornal, folhear uma revista qualquer (quanto mais popular, melhor), onde constem as atuais celebridades, as tais gostosas do momento, estrelas de segundo escalão, dançarinas de funk e musas carnavalescas. Não consigo identificar com precisão que diabos estão ditando esses rumos nefastos e induzindo essa travequização da figura feminina. Talvez sejam alguns rapazes mal resolvidos, desejosos de aventuras primaveris com alguma “quase mulher”, e que por pudor, receio ou qualquer outro motivo de religião ou ortodoxia prefiram transferir essa carga e tensão sexual para mulheres de visual mais robusto e embrutecido. Freud talvez explicasse o caso deles, já que até grandes astros do mundo da bola tem freqüentado ultimamente as páginas dos jornais, envolvidos em aventuras amorosas com meninas de, digamos, dupla sexualidade.

Porém o mais triste é que, me parece que essa padronização tem sido adotada, ditada e copiada pelas próprias mulheres. É a cultura da academia, onde os músculos crescem, na mesma medida em que cérebros encolhem. E a barriga vira um tanque, as pernas ficam iguais as do Roberto Carlos (não o cantor, e sim o baixote, ex-lateral esquerdo e que carregava um apartamento no pulso, segundo o próprio), os braços ganham contornos de Stallone, e aquela menina adorável, que você gostava de admirar e cogitava convidar pra tomar um sorvete, se metamorfoseia e se transforma num cover do Hulk. E elas “bombam”. Só que o resultado de empurrar pra dentro do organismo tanto hormônio masculino na tentativa de adquirir força pra levantar peso feito o Schwarzenegger tem lá o seu preço, e o preço a pagar é caro. As feições se masculinizam, e conversar com ela te dá impressão de estar falando com o Pato Donald em pessoa, pois a voz também muda. Vira voz de travesti. Há até quem diga que cresça no entrepernas uma espécie de falo rudimentar... e a travequização vai ficando cada vez mais evidente.

A voz engrossa, o gogó salta pra fora, e pra piorar, litros e litros de silicone são injetados na peitaria. E elas desfilam por aí, orgulhosas, peitos que parecem saídos em série de fábrica. Todos rigorosamente iguais. Artificiais, extremamente artificiais, quando na realidade a beleza residiria justamente na naturalidade, na diversidade, na pluralidade, nos diversos formatos, tamanhos e texturas. E o silicone que, a não muito tempo atrás era recurso adotado por vítimas do câncer de mama e travestis (olha eles aí novamente), foi banalizado por completo. Meninas de formas irretocáveis fazem 18 anos e ganham de presente da família um par de próteses. E lá vão elas ser adulteradas por enxertos desnecessários e injetar aquela gosma no tórax, pra sufocar o que não precisa de retoque algum. E o tal Dr. Hollywood, com aquele jeitão que tem de não gostar muito da coisa, parece sentir um prazer todo especial em desfigurar a maior criação de Deus e ainda fazer propaganda desse crime na TV.

A televisão incentiva, as revistas financiam a causa, e o público masculino, em grande parte pouco seletivo, aplaude e lambe os beiços. Numa feira que oferece mulheres-fruta transgênicas pra todos os gostos, é omitido do consumidor que, aquele visual de halterofilista foi obtido através de muito agrotóxico, Winstrol e Durateston. É a cultura do visual, do tamanho, do cada vez mais, do abrutalhamento, onde a feminilidade, a sutileza e a graciosidade feminina se perdem por completos, dando lugar ao visual de caminhoneiro com braços de estivador. E a mulher Tarzan vira padrão de beleza...

O Pensador, visionário que é, já havia dito tempos atrás que “desculpa, bom, mas eu prefiro mulher de verdade”. Estaria ele antevendo o surgimento dos andróginos pincelados a Photoshop que hoje figuram pendurados em todas as bancas, nas capas de Playboys e nesses infames jornaizinhos de 50 centavos? Sendo assim, dá até pra acreditar, ou ao menos aceitar a desculpa esfarrapada dos craques da bola citados no início do texto, que justificam suas aventuras trans-amorosas com um pouco convincente “eu me confundi”. De fato algumas mulheres tem feito um esforço tremendo para serem confundidas com os travestis. A propósito, seria você capaz de identificar, lá em cima, na foto que ilustra essa postagem, qual das duas é mulher de verdade? Bem, se você escolheu a da esquerda, sinto informar que errou.

Um comentário:

  1. Horrível esta nova "moda", mas acho que o mulheril só está assim porque os homens gostam, e ai, só Greud explica MESMO!

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