terça-feira, 3 de maio de 2011

Oroboro

A Simbologia da Serpente está presente desde tempos remotos. Em diferentes lugares e culturas, está associada com a fonte original da vida. É um paradoxo, pois tanto significa vida ou morte, luz ou trevas, bem ou mal, sabedoria ou paixão e assim por diante.

Quando se fala sobre fonte original da vida não é pouca coisa, estamos falando do princípio. Onde havia caos, trouxe a ordem. É portanto até mesmo anterior à Criação. Em outras palavras, veio ainda antes de tudo ser criado.


O signo confunde as pessoas pois é paradoxal. Algumas pessoas lembram que a serpente troca de pele, ou seja, renovação… Outra porção de pessoas lembram do veneno que… traz a morte. Por isso a serpente era venerada em rituais antigos e pagãos. Uma força da natureza que simboliza tanto a vida quanto a morte é bastante comum, com um deus que castiga e premia ao mesmo tempo.



O que é interessante neste paradoxo é que diversas cerimônias ritualísticas a reverenciam, atribuindo-lhe as mais díspares qualidades. Podem estar associadas a cultos solares ou lunares, a sociedades matriarcais ou patriarcais, (quando assumem valores masculinos ou femininos); podem representar ora o falo, por seu corpo assemelhar-se ao bastão, ou mesmo simbolizar a vulva, conforme se lhe parecem as escamas que a recobrem, bem como o formato de sua goela quando esta se abre para devorar sua presa. Tanto quanto as energias yin e yang expressam no taoísmo as polaridades negativa e positiva que estão por detrás de toda manifestação da natureza, os ofídios, miticamente, ocultam em si a síntese desta dicotomia universal.Quando transportado para o ambiente alquímico, a cobra e as vezes o dragão (que não é nada mais do que a representação da serpente e os elementos) simbolizam o processo da transformação. que morde o próprio rabo e opera, num movimento circular e contínuo, todo o processo dinâmico e transformador da vida. Lembre-se que Alquimistas transformavam coisas.

“Meu fim é o meu começo”.

É isso que o signo diz, como ser e como deus, já que está se recriando… tudo isso no emblemático círculo, a perfeição da forma geométrica. Transformação e recriação sem início ou fim. Oroboro, também é normalmente visto como um símbolo do infinito, do número zero, do eterno retorno, da descida do espírito ao mundo físico e o seu regresso ao mundo espiritual. Veio daí o símbolo matemático.

Não é a toa que seu nome é lido igual em qualquer sentido. O termo oroboro, visto não ter sido nunca tão oportuno em nossa língua nomearmos um símbolo cuja singularidade é a de não ter começo nem fim, por meio de palavra que permite ser lida de trás para a frente sem prejuízo sequer de sua pronúncia, transmitindo ela própria a idéia de algo que se expressa ciclicamente. Se você procurar o que significa seu antigo nome em grego, terá uma surpresa interessante. Seu nome significa que o signo é exatamente aquilo que é definido por sua função. Novamente o círculo.

Está relacionado com o Tempo, representando o Eterno e o Ciclo das Eras. Na alquimia é símbolo da transmutação da matéria, e sinal de purificação.
Coincidentemente, coleira é o nome dado ao colar que cinge o pescoço dos animais, e o Oroboro lembra sua forma. Além disso, nossas vísceras intestinais assemelham-se à serpente enrolada, e o aparelho digestivo como um todo (se tomado da boca ao ânus) bem desenha a serpente aprumada, prestes a dar seu bote, a devorar sua presa.Está relacionado com o Tempo, representando o Eterno e o Ciclo das Eras. Na alquimia é símbolo da transmutação da matéria, e sinal de purificação.Para os Gnóticos, representa a auto-sustentação da natureza, que se recria da própria destruição. Pode ser também visto como símbolo de unidade e interdependência. É por vezes representada como uma serpente enrolada sobre si própria, formando um cilindro.Às vezes,a serpente é representada metade branca e metade negra, sendo dessa forma utilizada como representação do Yin/Yang: dia e noite; masculino e feminino, como já foi dito.

O dicionário Aurélio traz para órobo o significado de “cola”, palavra que, além de se referir a outro tipo de árvore (a Cola acuminata), também pode significar “cauda”, conforme certos regionalismos do Brasil. O mesmo termo é igualmente encontrado na língua espanhola a designar o rabo dos animais. Para orobó (só muda o acento), o Aurélio reserva o sinônimo coleira, em nova referência à aromática árvore acima citada, cujas sementes guardam extrato lenhoso de propriedades estimulantes, semelhantes à cafeína.


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