segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um Rio de Merda


Estou devidamente puto com o resultado vergonhoso dessa eleição, que tinha tudo para ser um divisor de águas na política dessa cidade, mas que, no entanto confirmou nas urnas a manutenção desse sistema podre, e quase endossou a tese de que carioca não sabe votar. Digo “quase” porque os números mostraram uma diferença de apenas 55.225 votos entre os dois candidatos, número muito menor do que o de abstenções (927.950), votos brancos (92.154) e votos nulos (222.796). Juntas, estas três últimas categorias somaram 1.242.200 de votos e um percentual de 50,83% para o candidato eleito e de 49,17% para o melhor candidato mostram o quanto foi embolado esse pleito. A diferença foi pequena, apertada, e mostrou que os indivíduos pensantes do Rio de Janeiro não estão nem um pouco satisfeitos com o modelo que aí está e mandaram um recado para os escroques que comandam o Estado e o país. Ou seja, o carioca está aprendendo a votar.

Como eu já disse em outras oportunidades, democracia, nesse modelo que a entendemos atualmente, é a pior coisa que existe. E afirmo isso sem nenhum receio, pois caso você esteja certo e a maioria errada, você se ferra junto, e a tal democracia carioca é a maior de todas as provas disso: só recentemente esse eleitoradozinho medonho conseguiu eleger Garotinho, Garotinha, Sergio Cabral e esse tal Eduardo Paes. Isso para não falar nos vereadores e deputados que conquistam e conquistaram a simpatia e voto do povão, com apertos de mão, rostinho bonito, discurso demagogo e cestas básicas.

Quando eu digo que o voto de determinadas pessoas deveria valer meio, ao ponto que o de outras deveria ter peso dois, há quem me acuse de preconceituoso ou coisas parecidas. Mas o fato é que a seqüência de resultados nas últimas eleições só comprova que estou correto em minha tese. Quem não tem discernimento mínimo para tal, quem não têm competência intelectual ou moral para votar, deveria ser considerado inapto e não influenciar nas escolhas como vem fazendo, cagando dentro das urnas. O curioso é que, geralmente, o resultado da capital diverge paradoxalmente do interior do estado. Isso só mostra o quanto o antigo Estado da Guanabara vibra em sintonia diferente, pensa de modo diferenciado, tem outros anseios, aptidões, e ilustra o grande equívoco que foi a tal fusão de 1975, um ato político, sem discussão prévia e sem apoio da União, que em vez de dividir a riqueza, disseminou a pobreza e a mediocridade no estado.

O episódio de ontem me deixou com vergonha de ser carioca. Uma eleição escrota dessas, de covardes panfletos apócrifos, com feriado acoplado, onde o eleitorado endossou essa bandalheira toda e coroou a vitória da hipocrisia materializada na figura desse sujeito pérfido, desprovido de escrúpulos, que aos afagos com o cachaceiro de Brasília uniu no mesmo palanque um decrépito Dornelles e a Jandirona das madeixas ofensivas, acendendo uma vela pra Deus, uma pro Bispo e outra pro Diabo, e que de quebra abarrotou de lixo as ruas da cidade.

Triste ver mais de 10 mil pessoas sendo exploradas ao preço de dez reais no final do dia para balançar bandeira e merenda escolar sendo desviada para alimentar a infame boca de urna do candidato porcalhão. Mas fazer o que? Cada povo tem os políticos que merece, e já que a voz oriunda dos grotões famélicos e dos recantos mais insólitos desta urbe se levanta em apoio de determinados candidatos motivada por restaurantes populares e coisas do gênero e mais de 20% da população não foi às urnas, então que assim seja. Somos uma sociedade (pois civilização mesmo o Brasil nunca chegou a ser) fadada ao fracasso. A solução seria mandar um Obus em cima dessa merda toda e reconstruir do zero, sem nenhum resquício dessa mentalidade viciada, de pseudo-moralistas e suas preces falsas, que não votaram no Gabeira “porque o cara é viado”.

Chega de políticos safados, chega desse povinho tacanho e feio que vota nesses caras, povinho esse que só serve mesmo pra posar para fotos de Sebastião Salgado, que pensa com os intestinos e deposita nas urnas o produto dessa intensa atividade colon-intelectual de dois em dois anos, e nesse intervalo de tempo sacoleja o rabo ouvindo funk. Não tem jeito: Dizem que o Diabo tentou Jesus dizendo que isso aqui não tinha conserto, e que era pura perda de tempo dele tentar dar um jeito nessa gente alienada. Se ele de fato falou isso, estava coberto de razão. Somos um experimento fracassado e a vaca já foi pro brejo faz é tempo, com sininho no pescoço e tudo mais. O caos já está devidamente instaurado e formalizado. Estamos de bosta até as orelhas e a solução é puxar a descarga, afinal o que deságua desse desarranjo mental é um Rio de Merda.

3 comentários:

  1. Eu tenho vergonha de ser carioca! A cidade é totalmente dividida. De um lado, pessoas honestas, trabalhadoras, que correm atrás pra vencer na vida com suor e ESTUDO, principalmente. Do outro lado, pessoas que vivem como hienas, urubus, abutres, ratos em busca das sobras, migalhas e oportunidades deixadas nas valas dos bolsas-família, UPAs super-faturadas, as promessas de empreguinhos em PACs, asfalto feito de barro... duas " cambadas " que não se misturam. Ah, no meio, existem aqueles que estão aí nas praias, tomando cerveja até cair, ouvindo pagode, vendo o flamengo jogar. " É Hexa, Hexa... ". Comeram pizza ontem a noite, em Búzios ou já de volta na capital, comemorando o Hexa, Hepta ou seja lá qual foi a nova oportunidade perdida de votar direito desperdiçada.
    Vergonha!

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  2. sou fernanda estellita
    ve no orkut
    prima
    hohohohohohohoh

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